I Samuel 15.22-25: Samuel respondeu: – O que é que o SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas. 23 A revolta contra o SENHOR é tão grave como a feitiçaria, e o orgulho é pecado como é pecado a idolatria. O SENHOR o rejeitou como rei porque você rejeitou as ordens dele. 24 – Eu pequei! – respondeu Saul. – Desobedeci às ordens de Deus, o SENHOR, e às instruções que você deu. Fiquei com medo do povo e fiz o que eles queriam. 25 Mas agora, Samuel, eu peço que perdoe o meu pecado e volte comigo para que eu possa adorar o SENHOR.
Saul era um jovem rico, bonito, alto, (I Samuel 9-10), que teve um encontro casual com Samuel quando procurava pelas jumentas do seu pai, escolhido pela vontade do povo e aprovado por Deus para ser o primeiro rei de Israel.
Embora possuísse vários atributos que o credenciou a se tornar rei, Saul não tinha muitas aspirações no início. Quando Samuel o procurou para ungir rei, ele estava escondido em meio a bagagens (I Samuel 10.22). Bastaram 30 dias de reinado para que Saul enfrentasse os primeiros inimigos e fosse vitorioso (I Samuel 11) e recebesse aprovação de todo o povo.
A partir do capítulo 12 de I Samuel, vemos Saul se consolidando no governo e se acostumando ao poder. Antes, um jovem tímido – agora, um rei temido pelo povo e inimigos. O poder contagiou Saul.
A sociologia define a palavra poder como sendo a habilidade de influenciar e impor a sua vontade sobre os outros em diversas áreas (social, econômico; político; militar; religioso e afins), ainda que haja resistência. Mesmo as pessoas mais tímidas quando são conduzidas a uma posição de destaque e recebem poder passam a deseja-lo cada vez mais.
O poder é uma virtude divina, dada por Deus ao primeiro homem, Adão, conforme Gênesis 1.26 – “Aí ele disse: – Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão.”
Com a queda os seres humanos se tornam conhecedores do bem e do mal e com poder que fora delegado por Deus sobre a terra. A distorção gerada pelo pecado cegou o entendimento humano e fez com que as pessoas passassem a usar o poder delegado por Deus contra seus semelhantes – pessoas dominando pessoas, como se vê até os dias atuais.
Eu pergunto: É ERRADO ALGUÉM DESEJAR TER PODER? Segundo as Escrituras não, pois o poder foi dado pelo próprio Deus às pessoas. Quem está em Cristo e exerce poder em alguma área deve lutar contra o fascínio pelo poder que cega a mente humana.
Quem vive distante de Deus corre sério risco de usar incorretamente esse poder. Saul é esse exemplo típico de alguém que sai do ostracismo para uma posição de destaque, infelizmente deixou-se levar pelo fascínio do poder e terminou o seu reinado em ruinas, perdendo a própria vida e a de seus filhos.
O poder engana. Quando alguém ocupa uma posição de destaque e materialmente as coisas estão bem, muitos podem esquecer-se de Deus e dos seus princípios. A ocupação e devoção demasiada com as tarefas rotineiras podem levar a pessoa a se esquecer as bênçãos de Deus e que Ele é o doador de tudo (Dt 8.11-14,17-18).
A história que iremos estudar encontra-se em I Samuel 15. Saul era o líder natural e espiritual do povo, ele tinha muito poder sobre eles. O encantamento pelo poder o levou a desejar ardentemente a popularidade acima dos princípios divinos e a honra pública dada pelo povo ao invés da obediência ao Senhor.
O Senhor Deus deu uma ordem aparentemente simples para Saul destruir os amalequitas e tudo que possuíam.Não haviam condicionais, ele tinha que simplesmente cumprir a ordem e ponto final. Mas, não foi isso que aconteceu:
- O QUE FAZER: SER POLITICAMENTE CORRETO OU OBEDECER A VOZ DE DEUS? Saul optou por ser politicamente correto. Preveniu os queneus que invadiriam o território amalequitas (v. 6) – “… Saiam do meio dos amalequitas para que eu não os mate junto com eles, pois vocês foram bondosos com os israelitas quando eles vieram do Egito…”
- Ele não cumpriu integralmente a ordem de Deus. Ele poupou Agague e tudo o mais que considerou como bom(v. 9). Saul e os seus soldados não mataram Agague; também não mataram as melhores ovelhas, os melhores touros, bezerros e carneiros e tudo o mais que era bom. Mas destruíram tudo o que era imprestável e sem valor.
- Saul estava sofrendo a doença do egocentrismo. Ele edificou um monumento em honra de si mesmo (v. 12) – Na manhã seguinte, bem cedo, ele saiu para procurar Saul. Soube que ele tinha ido para a cidade de Carmelo, onde havia construído um monumento em honra de si mesmo, e que depois tinha seguido para Gilgal.
- Ele perdeu a noção do certo e errado diante de Deus (v.20) Mas eu obedeci a Deus, o Senhor! Respondeu Saul. – Saí como ele me ordenou, trouxe o rei Agague e matei todos os amalequitas.
- Ele tentou culpar os soldados por sua desobediência (v.21) – Porém os meus soldados não mataram o melhor gado e as melhores ovelhas, que estavam condenados à destruição. Em vez disso, eles os trouxeram aqui para Gilgal a fim de os oferecer como sacrifício ao Senhor, o Deus de você.
- Ele demonstra um falso arrependimento (v. 24) – Eu pequei! – respondeu Saul. – Desobedeci às ordens de Deus, o Senhor, e às instruções que você deu. Fiquei com medo do povo e fiz o que eles queriam.
- Ele tenta envolver Samuel em seu erro (v. 25, 27) – Mas agora, Samuel, eu peço que perdoe o meu pecado e volte comigo para que eu possa adorar o Senhor. 27 Então Samuel virou-se para sair. Mas Saul o segurou pela barra da capa, e ela se rasgou.
- Ele se mostra preocupado com o seu prestígio diante do povo (v. 30) – “Eu pequei- repetiu Saul. Mas pelo menos me respeite na frente dos líderes e de todo o povo de Israel. Volte comigo para que eu possa adora o Senhor, seu Deus.”;
- A piedade de Samuel não foi suficiente para evitar que Deus rejeitasse a Saul (v.31, 34, 35) – “Então Samuel voltou com ele, e Saul adorou a Deus, o Senhor. 34 Aí Samuel foi para Ramá, e Saul voltou para a sua casa e, Gibeá. 35 E nunca mais Samuel tornou a ver Saul, mas ficou com muita pena dele. E o Senhor Deus se arrependeu de ter colocado Saul como rei de Israel.” A adoração de Saul não convenceu o Senhor Deus a mudar de opinião a seu respeito.
- A loucura do poder matou Saul, seus filhos e seus soldados. (I Sm 31.4,6) – “Então disse ao rapaz que carregava as suas armas: – Tire a sua espada e me mate para que esses filisteus pagãos não caçoem de mim e me matem. Mas o rapaz estava muito apavorado e não quis fazer isso. Então Saul pegou a sua própria espada e se jogou sobre ela. 6 E assim morreram naquele dia Saul, o seus três filhos, o rapaz e todos os soldados de Saul.”
Como cristãos tementes a Deus devemos tomar todo o cuidado possível para não sermos contaminados com a política organizacional mundana que faz aliados e busca seus próprios interesses em detrimento ao Reino de Deus. Fp 2.3-4: “3 Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios…”
Se Saul tivesse obedecido a voz do Senhor, os seus feitos continuariam sendo aplaudidos pela multidão e a honra seria do Senhor Deus. Mas, quando decidiu pela honra pública e obediência a voz do povo o Senhor o rejeito e levantou o jovem Davi que foi aplaudido 10 vezes mais e reconhecido como homem segundo o coração de Deus. Obedecer a Deus é o melhor negócio, garante o sucesso e as bençãos sobre a tua vida e as gerações vindouras.
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